A avaliação é uma prática que implica classificação e exclusão?
Vamos analisar esse trecho:
“Eu vou ter muita dificuldade de fazer isso aí, sabia? Isso de pior e melhor. Acho que cada ser humano é um universo. Tem coisas que você não consegue fazer mas eu tiro de letra, e tem coisas que... Dirigir é uma coisa fantástica... eu não me atrevo a dirigir. Então eu acho muito difícil definir: esse cara é o bom e esse cara é o ruim.
Eu trabalho com uma turma em que cada criança apresenta limites diferentese vai ser difícil...
Mas eu não tenho muito como tirar o melhor e o pior. Porque eles... Têm aqueles que assimilam mais rápido...” (trecho tirado do livro O que sabe quem erra? Reflexões sobre avaliação e o fracasso escolar – Maria Teresa Esteban – 3° edição - R.J.- DP&A, 2002, p.144)
Em qualquer turma de qualquer escola sempre encontramos alunos ditos “melhores e piores”, só que, o que poucos professores entendem, é que não é o aluno que apresenta mais erros, ou mais acertos, e sim o que o aluno que errou, sabe, e o que o aluno que acertou revela não saber.Isso é uma avaliação. Não buscando somente o fracassado, mas todos os que ainda não assimilaram algo, uma avaliação investigativa.
E o erro, o que fazer com ele?
Se repararmos em respostas erradas provavelmente notaremos uma lógica e outros tipos de conhecimentos adquiridos fora da escola.
“Os erros mostravam que as trocas sociais produzem zonas de desenvolvimento proximal que precisam ser incorporadas nas atividades escolares como significativas para o aprofundamento do processo de aprendizagem/ desenvolvimento infantil.” (p.146)
A aprendizagem é um processo multidimensional e solidário, faz uma “quebra” entre o erro e o acerto colocando em reflexão a teoria e a prática, ou seja, dá um novo olhar, uma nova interpretação das avaliações infantis.
”O não-saber não é percebido como um indicativo de não aprendizagem da criança. O não-saber é entendido como ainda não saber, pois revela novos conhecimentos que se fazem não só necessários como também possíveis”. ( pág.147)
Os conhecimentos que o aluno já tem deve ser o ponto de partida para novas aprendizagens, as vivências fora da escola produzem informação e estas são essênciais para que o aluno queira buscar mais, isso faz do aprendizado uma prática significativa e eficaz.
Um comentário:
Adorei a matéria!parabéns!Beijos
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