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segunda-feira, 28 de março de 2011

Uma mensagem para você!





Querido visitante deste blog, quero deixar aqui algo de valor para você, algo que você possa fazer uso em todos os momentos da sua vida.
 Esse presente é muito especial e te ajudará muito em suas tarefas profissionais, emocionais, familiares... Mas não deve ser deixado em qualquer lugar, com certeza ele deve ter um espaço muito valioso em seus guardados. Quero te dar o maior presente que já recebi em minha vida e que daqui para frente será também o seu grande presente. Não o rejeite, pois ele é muito útil e fará sua vida muito mais feliz!



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Alfabetização hoje: Onde estão os métodos? Parte 1







Artigo escrito por:
ISABEL CRISTINA DA SILVA FRADE 
Professora da FAE/UFMG e pesquisadora do CEALE/FAE/UFMG.
Retirado da Revista Presença Pedagógica - v.9 - n 50 - mar/abr 2003.





" Nos últimos anos descobrimos novas facetas do fenômeno da alfabetização que
alteraram nossas formas de ver este fenômeno que é social, político, pedagó-
gico, psicológico, antropológico, histórico e lingüístico. Para cada dimensão dessas face-
tas que descobrimos, tentamos modificar práticas pedagógicas anteriores. Queremos for-
mar alunos que saibam ler e escrever, que se utilizem desse conhecimento de forma cons-
trutiva, que experimentem diferentes usos significativos e que participem do universo da
cultura escrita, incorporando novas práticas envolvidas no letramento.
O termo letramento é considerado por Magda Soares (2000, p.47) como “estado ou
condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva as práticas sociais que usam
a escrita”. No mesmo texto, a autora define alfabetização como “ação de ensinar/apren-
der a ler e escrever”. Vale destacar que o conceito de letramento comporta o conceito de
alfabetização, mas que a alfabetização supõe ações específicas para ensinar a ler e escre-
ver. 

Assim, o conceito de letramento abre um horizonte de possibilidades pedagógicas:
ajuda a compreender os contextos sociais e sua relação com as práticas escolares, possi-
bilita investigar a relação entre práticas não escolares e o aprendizado da leitura/escrita
e faz a escola repensar seu papel como agência de letramento. Se este é um fenômeno
social, devemos trazer para o espaço escolar os usos sociais da escrita e considerar que a
vivência e participação em atos de letramento pode alterar as condições de alfabetização. 








A apropriação pedagógica da idéia de letramento, associada à ampliação da complexidade, em vez de ajudar a compreender problemas que são permanentes, tem indiretamente obscurecido as preocupações dos professores com um dos seus componentes: a alfabetização. Sendo a escola uma agência de letramento como as outras, cabe perguntar: se as práticas sociais de leitura e escrita permeiam todos os espaços sociais, é também nestes espaços que se sistematiza a alfabetização?  
 Vivemos nas últimas décadas a era da inovação. No entanto, se considerarmos uma perspectiva histórica, não existem também permanências e problemas especialmente pedagógicos que persistem, ou concepções e práticas que devemos respeitar? Empreendemos uma luta apaixonada contra o direcionamento das aprendizagens incluídos nesse direcionamento os métodos – contra a “decodificação”, contra a “instrução” e, conseqüentemente, contra a memória e as práticas de professores alfabetizadores. 
Diferentemente das divergências anteriores em torno das inovações, em que um método se sobre-punha ao outro, estabelecemos um confronto com a própria idéia de método. Cabe ressaltar que sabemos que não são apenas os métodos que definem o aprendizado e que não é uma única estratégia metodológica que vale para todos. Mas o não enfrentamento da questão metodológica possibilita que venham à tona movimentos tais como a volta do fônico na guerra contra o construtivismo, evidenciada no título da reportagem “Guerra das letras” publicada na revista Educação. No mesmo artigo, uma escola pública de São Paulo relata aplicar o método fônico, com sucesso, mas em regime de “liberdade vigiada”.  Dessa forma, saímos da querela dos métodos analíticos versus os sintéticos para uma polarização em torno do método versus o processo de aquisição. Assim, deveríamos nos preocupar não apenas em verificar como os professores se apropriam ou deixam de se apropriar de conhecimentos oficiais e científicos, mas também em tentar compreender determinados ordenamentos metodológicos, a partir do ofício e saberes do alfabetizador. Mesmo não aparecendo nas tematizações atuais e nas pesquisas sobre alfabetização, os dilemas
metodológicos dos professores permanecem nas concretizações que esses têm de realizar em seu cotidiano. Deve-se ressaltar também que alguns conhecimentos construídos dentro da sala de aula e dentro do campo pedagógico precisam ser retomados em nossos discursos, pesquisas e práticas.  Nos últimos anos, os estudos relativos às concepções de alfabetização, sobretudo aqueles ligados à função social da leitura e escrita e ao processo psicológico de construção deste conhecimento tornaram-se os baluartes da formação de professores e da divulgação de inovações em alfabetização. No entanto, esse processo fez com que uma das facetas mais importantes da alfabetização – a decodificação– tenha sido esquecida, tanto nas pesquisas quanto nos discursos autorizados de alfabetizadores. Cabe perguntar: os egressos destescursos de formação têm conseguido alfabetizar? As soluções para nossos problemas metodológicos são de natureza complexa e a discussão da relação entre os métodos e a aprendizagem precisa entrar novamente na pauta das pesquisas e nos currículos de formação de professores. Os argumentos que promovem a legitimação de certas concepções pedagógicas sobre alfabetização em várias instituições, como o Ministério da Educação, Universidades, Centros Universitários e associações de professores por vezes são coincidentes, por vezes contraditórios a outros saberes ou necessidades pedagógicas presentes no campo da Educação e da
alfabetização. Isso porque, nos últimos anos, temos realizado pesquisas para verificar como os professores recebem as inovações pedagógicas sobre alfabetização, como se essas inovações fossem boas em si mesmas, e não temos prazo para avaliar os resultados delas. Assim, classificamos a recusa de determinados professores em assimilá-las como “resistência”, no sentido negativo que esta palavra traz.  Mas antes devemos perguntar: o que são métodos de alfabetização e onde eles estão materializados? Essa pergunta é necessária porque tenho como hipótese que o problema da visibilidade ou invisibilidade metodológica pode explicar posturas e práticas de professores e mesmo um certo desamparo com relação ao “como fazer”....



 E aí, o que você, educador, professor, pedagogo ou até mesmo um amante da educação acha deste artigo?



quarta-feira, 23 de março de 2011